quarta-feira, 25 de maio de 2011

"Direita" ou "Esquerda"? Volver

Posso estar enganado, mas percebo um crescente esforço no Brasil, dos setores autoproclamados "conservadores", pelo surgimento de uma "nova direita". A velha "esquerda" por sua vez alardeia conspirações reacionárias por todos os lados. Entre esse improvável duelo entre duas posições, pelo menos por aqui, tontas, estamos nós, sociedade brasileira, para a qual importa pouco o rótulo "direita" ou "esquerda", mas políticas efetivas de desenvolvimento social: distribuição de riquezas, emprego, segurança pública, saúde, moradia.

Os que se autodefinem "direitistas" pretendem defender a democracia do que julgam ser uma nova ditadura socialista disfarçada de "bom mocismo". Os que se autodefinem de "esquerda" gritam aos quatro cantos existir não uma, mas várias ações reacionárias da "direita" por todos os lados contra a democracia, à qual somente a "esquerda" preservaria.

Para mim ambas as posições são politicamente inconsistentes porque apenas polarizam preferências particulares por meio de um jogo de mútuas acusações, em manifesta contradição performática. Os de "esquerda" fazem um discurso democrático e na prática agem autoritariamente. Os de "direita" fazem um discurso pró-legalidade, pró-manutenção da ordem vigente e, quando no poder, agem autoritariamente. Ou seja, ambas são posições autoritárias em nome da malfada democracia.

Portanto, eu defendo a posição democrática sem esses velhos rótulos. Defendo a preservação da ordem legal vigente desde que a mesma não seja apenas o reflexo da vontade de setores dominantes na sociedade em claro desrespeito às classes menos favorecidas, afinal, em princípio perante a lei, todos devem ser igualmente respeitados.

O que está sendo chamado de "direita" ou de "esquerda", talvez, seja mais bem definido pelo antigo conceito grego: demagogia. Embora "os problemas da sociedade devam ser resolvidos pela sociedade" (Durkheim) e eu, sozinho, não saiba as soluções para tais problemas, para mim, o Brasil necessita mais de interlocução, da diversidade de opiniões, do livre embate de ideias e menos de polarizações convenientemente mediadas por discursos igualmente insubstanciais.

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