segunda-feira, 2 de maio de 2011

Bin Laden

Anunciar a morte do líder da rede Al Qaeda como tem feito a mídia mundial não é uma demonstração de vitória da liberdade sobre o terrorismo. É uma demonstração de o quanto os EUA ainda realizam missões secretas, invadindo os países alheios, em total descumprimento de tratados e acordos internacionais, a fim de alcançar seus objetivos políticos e ou militares.

A rede Al Qaeda não deixará de existir por seu líder ter sido morto. Aliás, a mera execução sumária de um criminoso internacional, sem julgamento, sem defesa, sem apresentação de provas, é um claro desrespeito às normas vigentes entre os países no mundo contemporâneo.

Todos os esforços em construir entendimentos multilaterais são ignorados quando se realiza ações militares secretas com objetivos tais como a manutenção da hegemonia de um país, ainda que defendidos como nobres.

Jamais concordarei com qualquer ato de terrorismo, seja por quais motivos forem, mas não posso celebrar a invasão de um país e a morte de alguém, em nome de seja lá o que for, sem a mais ampla demonstração pública da preservação de valores e práticas consideradas civilizadas e civilizatórias.

Esses valores e práticas podem ser discutíveis, mas o mero emprego da força bruta, pura e simples, como sinônimo de "solução" aos problemas vigentes contra o terrorismo internacional contemporâneo são contraprodutivas em médio e longo prazo, embora convença muitos do contrário em curto prazo. São contraprodutivas porque acirram o sentimento antiocidental ao demonstrar ser esse ocidente uma civilização bárbara, travestida de nobres ideais. Tudo o que os inimigos das democracias liberais vivem alardeando nas zonas de conflitos mundiais.

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