sábado, 3 de dezembro de 2011

O Valor da Filosofia

Por Faustino Vaz


É então nessa finalidade que reside o valor de estudar filosofia. Para se compreender o que ela implica no programa que defendo, as capacidades que o estudo da filosofia desenvolve são as seguintes:

  • Atender apenas à argumentação racional, sem deferência para com a tradição ou a autoridade.
  • Reconhecer todos os seres humanos como iguais no debate filosófico, seja qual for a sua opinião, religião, raça ou opção de natureza pessoal.
  • Reconhecer o debate filosófico como uma procura cooperativa da verdade.
  • Considerar criticamente problemas éticos, políticos, estéticos e ainda os problemas levantados pelas crenças religiosas.
  • Perspectivar as relações humanas sob diversas teorias morais.
  • Perspectivar a sociedade sob diversas teorias políticas.
  • Perspectivar a actividade artística sob diversas teorias da arte.
  • Perspectivar a prática religiosa sob as diversas respostas aos problemas levantados pelas crenças religiosas.
  • Compreender as dificuldades enfrentadas pelas respostas e perspectivas dos pontos anteriores.
  • Desenvolver uma simpatia cada vez mais inclusiva pelos seres humanos, dado que todos partilham problemas complexos mas comuns.
  • Desenvolver a sensibilidade às formas de sofrimento e realização dos seres humanos através da exposição a uma variedade de perspectivas.
  • Imaginar possibilidades de desenvolvimento da vida humana a partir das diversas perspectivas dos pontos anteriores.

Outras disciplinas que não a filosofia tratam igualmente de problemas políticos e morais, por exemplo. Que necessidade há então de filósofos? Os filósofos dedicam-se inteiramente a investigar esses problemas a um nível básico e fundamental; sobre eles desenvolvem padrões de análise e argumentação para que foram especialmente educados, e conhecem também as ideias, os argumentos, as objecções e as respostas sofisticadas a essas objecções que tais problemas suscitam. É nisto que a actividade filosófica se distingue do contributo das outras disciplinas.


FonteCrítica na Rede

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Hipótese Ômega

Proponho uma hipótese a ser demonstrada em mais alguns anos. Chamo-a de hipótese Ômega (devido a primeira letra do meu nome ser W e equivalente ao ômega grego).


Se o processamento for quântico e a manipulação de dados simultâneos for igual ou superior a 1 Tb, os computadores aproximar-se-ão do cérebro humano e haverá alta probabilidade de haver consciência computacional.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Valores morais x fonte sobrenatural

Para desespero daqueles que afirmam somente ser possível pensar valores morais associados à uma fonte, necessariamente, sobrenatural, eis a resposta do filósofo inglês, A. C. Grayling, uma versão laica dos 10 mandamentos:


 OS 10 MANDAMENTOS ATEUS
 1. Ame bem 
 2. Busque o bem em todas as coisas
 3. Não faça mal aos outros
 4. Pense por si mesmo
 5. Assuma responsabilidade
 6. Respeite a natureza 
 7. Faça o seu melhor
 8. Seja informado
 9. Seja bondoso
10. Seja corajoso - ao menos tente sinceramente


Grayling escreveu uma versão secular da Bíblia, sem qualquer menção à um fonte sobrenatural, a fim de demonstrar que valores morais não dependem de nenhuma fonte externa às nossas próprias relações e necessidades as quais nos incitam a estabelecermos esses valores entre nós.


Fonte: Galileu - setembro de 2011

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Enganos e mais enganos perpetuados ao longo do tempo...

É comum atribuírem-se a pessoas célebres essa ou aquela frase de efeito, mas será que os(as) autores(as) as disseram mesmo? A Revista Superinteressante listou cinco frases de filósofos(as) que não foram ditas ou foram descontextualizadas. Boa leitura!

Para ler clique aqui.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Alerta para os fundamentalismos

Comentarei, por ora, apenas alguns pontos relevantes quanto à uma atitude fundamentalista. Segundo o pesquisador em religião, Charles Kimball, existem cinco pontos aos quais devemos manter-nos atentos.


Os cinco sinais de alerta de Kimball

Pretensão de possuir a verdade absoluta

Obediência cega

Estabelecimento de um tempo "ideal"

Os fins justificam quaisquer meios

Declaração de "guerra santa"


A seguir apresento os cinco sinais de uma atitude saudável do jornalista norte-americano, Frank Muller, como contrapontos aos cinco sinais de alerta de Kimball.


Meus cinco sinais de uma atitude saudável

Aprendizado contínuo, buscar a verdade

Apreciar a investigação, promover o pensamento crítico

Utilizar probabilidades estocásticas baseadas na experimentação

Justificação é menos importante do investigação

Reconhecer a diversidade de opiniões


Fonte: clique aqui

quarta-feira, 25 de maio de 2011

"Direita" ou "Esquerda"? Volver

Posso estar enganado, mas percebo um crescente esforço no Brasil, dos setores autoproclamados "conservadores", pelo surgimento de uma "nova direita". A velha "esquerda" por sua vez alardeia conspirações reacionárias por todos os lados. Entre esse improvável duelo entre duas posições, pelo menos por aqui, tontas, estamos nós, sociedade brasileira, para a qual importa pouco o rótulo "direita" ou "esquerda", mas políticas efetivas de desenvolvimento social: distribuição de riquezas, emprego, segurança pública, saúde, moradia.

Os que se autodefinem "direitistas" pretendem defender a democracia do que julgam ser uma nova ditadura socialista disfarçada de "bom mocismo". Os que se autodefinem de "esquerda" gritam aos quatro cantos existir não uma, mas várias ações reacionárias da "direita" por todos os lados contra a democracia, à qual somente a "esquerda" preservaria.

Para mim ambas as posições são politicamente inconsistentes porque apenas polarizam preferências particulares por meio de um jogo de mútuas acusações, em manifesta contradição performática. Os de "esquerda" fazem um discurso democrático e na prática agem autoritariamente. Os de "direita" fazem um discurso pró-legalidade, pró-manutenção da ordem vigente e, quando no poder, agem autoritariamente. Ou seja, ambas são posições autoritárias em nome da malfada democracia.

Portanto, eu defendo a posição democrática sem esses velhos rótulos. Defendo a preservação da ordem legal vigente desde que a mesma não seja apenas o reflexo da vontade de setores dominantes na sociedade em claro desrespeito às classes menos favorecidas, afinal, em princípio perante a lei, todos devem ser igualmente respeitados.

O que está sendo chamado de "direita" ou de "esquerda", talvez, seja mais bem definido pelo antigo conceito grego: demagogia. Embora "os problemas da sociedade devam ser resolvidos pela sociedade" (Durkheim) e eu, sozinho, não saiba as soluções para tais problemas, para mim, o Brasil necessita mais de interlocução, da diversidade de opiniões, do livre embate de ideias e menos de polarizações convenientemente mediadas por discursos igualmente insubstanciais.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Bin Laden

Anunciar a morte do líder da rede Al Qaeda como tem feito a mídia mundial não é uma demonstração de vitória da liberdade sobre o terrorismo. É uma demonstração de o quanto os EUA ainda realizam missões secretas, invadindo os países alheios, em total descumprimento de tratados e acordos internacionais, a fim de alcançar seus objetivos políticos e ou militares.

A rede Al Qaeda não deixará de existir por seu líder ter sido morto. Aliás, a mera execução sumária de um criminoso internacional, sem julgamento, sem defesa, sem apresentação de provas, é um claro desrespeito às normas vigentes entre os países no mundo contemporâneo.

Todos os esforços em construir entendimentos multilaterais são ignorados quando se realiza ações militares secretas com objetivos tais como a manutenção da hegemonia de um país, ainda que defendidos como nobres.

Jamais concordarei com qualquer ato de terrorismo, seja por quais motivos forem, mas não posso celebrar a invasão de um país e a morte de alguém, em nome de seja lá o que for, sem a mais ampla demonstração pública da preservação de valores e práticas consideradas civilizadas e civilizatórias.

Esses valores e práticas podem ser discutíveis, mas o mero emprego da força bruta, pura e simples, como sinônimo de "solução" aos problemas vigentes contra o terrorismo internacional contemporâneo são contraprodutivas em médio e longo prazo, embora convença muitos do contrário em curto prazo. São contraprodutivas porque acirram o sentimento antiocidental ao demonstrar ser esse ocidente uma civilização bárbara, travestida de nobres ideais. Tudo o que os inimigos das democracias liberais vivem alardeando nas zonas de conflitos mundiais.

Ética da conveniência?

A ética não se confunde com conveniência. Para o diretório do PT, sim. O retorno de Delúbio Soares ao Partido dos Trabalhadores é mais um atestado explícito de como o diretório geral concebe o que é ética.

Envolvido com o mensalão, o qual o PT e o governo negaram veementemente, mas a Polícia Federal atesta em seus relatórios técnicos, Delúbio Soares retorna à cena política sendo considerado não-corrupto(r), mas alguém envolvido em um incidente já superado. Aliás, o diretório geral do PT tem dado demonstrações explícitas de nonsense ético desde o início das denúncias envolvendo alguns de seus membros.

O PSDB, o DEM, o PMDB, dentre outros, têm feito o mesmo. Sempre que um membro desses partidos, sejam ou não de "oposição", são pegos por envolvimento em corrupção, os referidos partidos simplesmente atenuam ou negam o que está mais do que explícito e documentado.

Se esse for o cenário político brasileiro, não fica difícil imaginar quantos novos escândalos políticos ainda enfrentaremos. Definitivamente ética não se confunde com conveniência, mas os membros dos partidos supramencionados não ligam muito para ética; ligam para estarem no poder e usar os recursos públicos em benefício próprio, seja do partido, seja de alguns de seus membros.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Infelizmente um primo materno, Rogério Teixeira de Lima, o mais jovem, apenas 38 anos, faleceu ontem a um dia de seu aniversário. Embora o blog não seja necrológico sinto-me no desejo de expressar minha tristeza pela perda de um querido amigo de infância, juventude, e um companheiro de folguedos mil. Vaya con Dios, primo.