sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A banalidade do mal

O assassinato do jovem de 22 anos em Pernambuco o qual iria se formar nesse ano em Biomedicina é uma das muitas tragédias anunciadas pelo país. Filho de uma catadora de papel passou em primeiro lugar, entre os alunos da escola pública, no vestibular.

Em Brasília, na cidade-satélite da Ceilândia, uma jovem mãe dá a luz no banheiro porque a maternidade pública é de um descaso indizível. Outra jovem mãe de 16 anos ficou mais de 16 horas aguardando, com a bolsa rompida, ser atendida. Enquanto isso um jornal local fazia ares de indignação até que a diretora da maternidade pública apresentou-se, e com toda a desfaçatez "explicou" o inexplicável. Pronto. A luz se fez. É comum mães terem filhos nos carros, nos cantos, onde for. E eles, os médicos, estão ali para "ajudar".

Ambos os casos demonstram o Brasil de Lula e FHC, o Brasil do "está muito bom, embora possa melhorar". O Brasil dos mensalões sem culpados, embora haja provas por todos os lados dos envolvidos, incluindo vídeos e mais vídeos com os próprios no ato criminoso. O país do carnaval e do futebol, festa popular, assujeitada pelas classes abastadas, transformada em circo e o esporte "paixão" nacional transformado em empresa para maracutaias as mais diversas.

Lembrando o velho Durkheim, criador da sociologia, em um cenário de anomia (quando as instituições responsáveis por diversas funções sociais falham) tudo pode vir a ocorrer. Com tal banalização do mal no Brasil espanta-me a violência ainda estar dentro de parâmetros considerados oficialmente razoáveis. 

Tenho dúvidas.

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